Em um tempo histórico politicamente opressivo quatro adultos procuram o amor e erotismo que desejam para si. Por suas escolhas e interfaces – muitas vezes ao acaso – cada um deles experimenta à sua maneira o exercício de reconhecer a opressão e tentar ameniza-la. Mais do que um título bonito de pronunciar, para Milan Kundera, o peso da vida está em toda forma de opressão - seja pela repressão política, seja pelos limites impostos por nossos relacionamentos e formas de amar e conviver. No romance, aprendemos que tudo aquilo que apreciamos por uma pretensiosa “leveza”, supostamente livre, acaba, cedo ou tarde, revelando sua obrigatoriedade, um peso insustentável. Entre o leve e o pesado, podemos nos encontrar numa vida coercitiva, exterior a nossas vontades, envolvendo a todas e todos.
O amor (em toda sua bagagem positiva e negativa) é um ponto crucial na história. Por traz dos contos eróticos-amorosos de Tereza, Sabina, Tomas e Franz, pontua-se questões da vida humana – nossas memorias, nossos vínculos sociais e nossos sonhos. A “insustentável leveza do ser” nada mais é do que a alcance pela liberdade. A liberdade, na medida em que procuramos, encontra-se limitada pela família, parceiros e comunidade que nos envolve; contrariamente, aprendemos que somos livres devido aos pesos que nos envolvemos. Kundera pontua que o “peso”, conceito supostamente negativo, é mais que necessário. por Pedro Ribas
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August 2021
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