A aceitação corporal não é fácil, ela é diária. Aprender a amar, cuidar e respeitar um corpo que o mundo diz ser errado ou ter defeitos é um ato extremamente revolucionário na sociedade atual. Uma sociedade, esta, que é cheia de propagandas de medicamentos mágicos, que vão desde produtos para deixar a pele sem manchas e textura até para inibidores de apetite e emagrecimento, e fotos de influencers retocadas no Photoshop, atingindo a, impossível, perfeição. Somos bombardeados diariamente na televisão, revistas e redes sociais com imagens de como, por exemplo, uma mulher deve aparentar: ser magra, alta, ter bumbum e seios empinados, sem cicatriz, sem marcas corporais, cintura fina, olhos grandes, boca carnuda, dentes perfeitamente alinhados, cabelos lisos ou ondulados e, em sua maioria, brancas. Ao não nos reconhecermos em tais locais, passamos a acreditar que nossos corpos são errados e devem ser alterados por qualquer meio.
A mutilação corporal pode ocorrer com o simples ato de não ser gentil com seu corpo, não aceitar que ele é diferente e talvez nunca mude, se tratar com desrespeito ou violência por ser distinto e exigir de você a perfeição vista nas publicidades. Muitas das intervenções feitas para alterar corpos não perfeitos são imprudentes e nada saudáveis, como: tomar um medicamento da moda, fazer uma dieta dos famosos, utilizar produtos que podem danificar cabelos e pele, fazer uma bateria de exercícios físicos da qual não estamos acostumados e até passar por procedimentos estéticos invasivos, todo o sacrifício é feito para se reconhecer no mundo. A internet, ao mesmo tempo que pode lhe fazer cair nas mazelas do corpo inatingível, também pode lhe mostrar corpos reais e diferentes do seu, afinal, corpos são singulares, assim como seus donos. O "Movimento Corpo Livre" é um perfil na rede social Instagram com o intuito de trazer a aceitação corporal para todos os corpos fundado pela ativista Alexandra Gurgel. O perfil tem como objetivo trazer imagens, vídeos e textos de diferentes pessoas com distintas alturas, tonalidades, pesos, marcas, vivências, com e sem deficiência para o propósito de incentivar as pessoas a se amarem como são. O perfil traz uma mensagem positiva sobre a singularidade corporal existente e o processo gradual de autoaceitação, além disso, o perfil luta contra a gordofobia e os padrões de beleza irreais impostos na sociedade. Por fim, devido a atual situação mundial, com a pandemia do COVID-19 e o isolamento social, o perfil traz novidades para acompanhar seus seguidores neste momento delicado. Além de postar diariamente retratos de corpos lindos e reais, todas as terças e quintas às 18 horas e 15 minutos, o "Movimento Corpo Livre" nos convidada a colocar nossos corpos em movimento com a professora de educação física Ingrid Sayuri, aulas são de yoga e treino calistênico para fortalecer os músculos. A conta, ainda, nos proporciona um contato semanal com a psicóloga Beatriz Gurgel que trata de temas como: ansiedade, relacionamentos abusivos, solidão na quarentena e saúde mental nas redes sociais. Além disso, a nutricionista Marcela Kotait vive passando por lá para dar dicas de comportamento alimentar e alimentação saudável. Instagram: https://www.instagram.com/movimentocorpolivre/
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“Esse filme é dedicado às meninas e aos meninos que escolheram o cinema, mas que não foram escolhidos por ele.” Ilha é uma produção do cinema independente brasileiro de 2018, com direção de Glenda Nicácio e Ary Rosa. A dedicatória explicita uma das questões levantadas pelo filme: a falta de acesso e oportunidades que crianças em contextos marginalizados têm de ter voz, contar sua história, se fazer existir para o mundo como sujeito e dar sentido ao mundo em seus próprios termos.
O longa acompanha o sequestro de Henrique - um premiado cineasta - por Emerson - jovem que deseja gravar um filme que conte a história de sua vida. Marcado pela metalinguagem e pela ambivalência de ficção e realidade, o longa retrata uma comunidade de habitantes desse “lugar-nenhum” na Bahia. Emerson explora através do filme – que nós assistimos e ele produz – sua negritude, sua sexualidade e sua masculinidade, seus sonhos e ambições, assim como os conflitos familiares decorrentes de um pai agressivo. Ele revive momentos da sua vida através do cinema, com os olhos de quem ele se tornou, e, mais que isso, atribui novos sentidos para suas memórias da infância e da juventude. |
PET IndicaSemanalmente, indicamos filmes, músicas, livros, eventos culturais da cidade, entre outros, acompanhado de um texto autoral que explore o cunho sociológico, antropológico e/ou político da indicação. Histórico
August 2021
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